Você sabe tudo sobre sua hipertensão? Responda o quiz a seguir para saber se está em dia com sua saúde:
- drvitordemeloataid
- 28 de set.
- 5 min de leitura

Perguntas: Mito ou Verdade?
"A hipertensão afeta apenas pessoas idosas."
Resposta: Mito
Embora o risco de hipertensão aumente com a idade, pessoas de todas as idades podem desenvolvê-la.
É verdade que, com o passar dos anos, nossos vasos sanguíneos vão perdendo elasticidade — como se fossem canos que ficam mais “duros” e menos capazes de se adaptar ao fluxo do sangue. Isso facilita o aumento da pressão arterial em pessoas idosas. Porém, a hipertensão não é um problema exclusivo dessa fase da vida. Em pessoas mais jovens, outros fatores podem estar por trás da doença, como genética (histórico familiar), excesso de peso, alimentação com muito sal, estresse e sedentarismo. Até crianças podem ter hipertensão, principalmente quando há obesidade infantil.
Clinicamente, isso significa que qualquer pessoa, em qualquer idade, pode apresentar pressão alta. Por isso, é fundamental medir a pressão regularmente, mesmo quando não há sintomas aparentes, para evitar complicações como infarto, derrame ou problemas nos rins.
“Se não sinto sintomas, é porque não tenho pressão alta.”
Resposta: Mito
Justificativa: a hipertensão costuma ser “silenciosa” — muitos não percebem sintomas até que ocorram complicações.
A hipertensão é chamada de “doença silenciosa” porque, na maioria das vezes, não causa sinais evidentes no dia a dia. Isso acontece porque nosso corpo se adapta ao aumento da pressão dentro das artérias, e muitas vezes não “avisa” até que o problema esteja avançado. Do ponto de vista clínico, os sintomas só costumam aparecer quando a pressão está muito alta ou já causou lesões em órgãos importantes, como coração, rins ou cérebro. Por isso, medir a pressão regularmente é essencial, mesmo para quem se sente bem.
“Diminuir o sal na comida já resolve o problema da pressão alta.”
Resposta: Mito (mas é parte importante da estratégia)
Justificativa: reduzir o consumo de sal é uma medida fundamental, mas sozinha não garante controle da pressão. É preciso combinar com alimentação equilibrada, exercício, controle de peso etc.
O sal contém sódio, que em excesso faz o corpo reter mais líquido. Esse aumento de volume dentro dos vasos sanguíneos eleva a pressão contra as paredes arteriais. Reduzir o sal é, sim, uma medida fundamental, mas não basta sozinha. A hipertensão é influenciada também por outros fatores, como excesso de peso, falta de exercício, consumo de álcool, estresse e predisposição genética. Assim, o tratamento é sempre um conjunto de medidas: menos sal, mas também hábitos de vida mais saudáveis.
“O consumo elevado de sódio está associado ao aumento da pressão arterial.”
Resposta: Verdade
Justificativa: o excesso de sódio promove retenção de líquido e elevação da pressão nos vasos.
O sódio atua no equilíbrio de líquidos do corpo. Quando ingerimos muito, os rins não conseguem eliminar o excesso de forma eficiente, e isso aumenta a quantidade de água no sangue. Com mais volume circulando, o coração precisa bombear com mais força, o que eleva a pressão arterial. Esse efeito é ainda mais intenso em pessoas que já têm sensibilidade ao sal. Por isso, reduzir alimentos industrializados e ultraprocessados, que escondem grandes quantidades de sódio, é fundamental no cuidado da hipertensão.
“Hipertensão arterial tem cura definitiva.”
Resposta: Mito
Justificativa: na maioria dos casos, a hipertensão é crônica e controlável, mas não curável; em cerca de 5-10 % dos casos há causas secundárias que, se tratadas, podem “resolver” a hipertensão.
Na maioria das vezes, a hipertensão é uma condição crônica: pode ser controlada, mas não eliminada totalmente. Isso acontece porque há uma combinação de fatores biológicos, como rigidez dos vasos sanguíneos, herança genética e alterações no sistema que regula a pressão (como rins e hormônios). Em alguns casos específicos, chamados de hipertensão secundária, a pressão alta é causada por outra doença (por exemplo, problemas renais ou hormonais). Quando essa causa é tratada, a pressão pode normalizar, mas esses casos representam apenas cerca de 5–10%.
“Se controlar bem com remédios, posso parar de tomá-los quando quiser.”
Resposta: Mito
Justificativa: a suspensão de medicamentos sem orientação médica pode fazer a pressão subir novamente. O tratamento é contínuo e exige monitoramento regular.
Os medicamentos para hipertensão funcionam regulando mecanismos do corpo: alguns relaxam os vasos, outros ajudam os rins a eliminar líquido, outros controlam hormônios que aumentam a pressão. Quando a pessoa interrompe o tratamento sem orientação médica, esses mecanismos voltam a atuar de forma descontrolada, e a pressão sobe novamente. O perigo é que isso pode acontecer de forma silenciosa e levar a complicações graves. Por isso, o uso de remédios deve ser contínuo e sempre acompanhado por um profissional de saúde.
“Estresse eleva a pressão arterial.”
Resposta: Verdade
Justificativa: o estresse ativa hormônios como adrenalina que podem aumentar a pressão, e o estresse crônico favorece hábitos prejudiciais (má alimentação, sedentarismo) que elevam risco.
O estresse faz o corpo liberar hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam os batimentos cardíacos e contraem os vasos sanguíneos. Isso causa um aumento temporário da pressão arterial. Se o estresse se torna frequente ou prolongado, o organismo fica em alerta constante, e essa sobrecarga pode contribuir para o desenvolvimento da hipertensão. Além disso, o estresse muitas vezes leva a comportamentos pouco saudáveis, como comer em excesso, ingerir mais sal ou evitar exercícios, o que piora o quadro clínico.
“Ouvir barulho nos ouvidos ou sentir tontura, é sinal de pressão alta.”
Resposta: Mito, mas pode ser sinal quando a pressão está muito elevada
Justificativa: esses sintomas não são específicos de hipertensão e geralmente ocorrem quando a pressão está muito alta ou há emergência; não podem servir como critério confiável.
Embora tontura, dor de cabeça e zumbido no ouvido sejam sintomas que algumas pessoas associam à pressão alta, eles não são exclusivos da doença. Esses sinais podem estar ligados a problemas do ouvido, do equilíbrio, da circulação ou até ansiedade. Na hipertensão, esses sintomas costumam aparecer apenas quando a pressão está perigosamente elevada, em situações de emergência. O jeito mais seguro de saber como está sua pressão é medir com um aparelho adequado.
“Quem tem pressão alta está mais sujeito a doenças como infarto e AVE ("derrame cerebral").”
Resposta: Verdade
Justificativa: a pressão elevada é um fator de risco comprovado para doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, insuficiência renal etc.
Quando a pressão fica constantemente elevada, ela machuca as paredes internas das artérias. Esse “desgaste” facilita o acúmulo de gordura e placas, estreitando os vasos. Com o tempo, esse processo pode levar a obstruções e causar infarto (quando a artéria que leva sangue ao coração entope) ou AVC (quando o problema acontece nos vasos do cérebro). Além disso, a pressão alta também sobrecarrega os rins e o coração, aumentando o risco de insuficiência renal e insuficiência cardíaca.
“A pressão medida somente no consultório vale como diagnóstico definitivo.”
Resposta: Mito
Justificativa: medidas em consultório podem ser afetadas por “efeito jaleco branco” (a pressão subir por nervosismo) ou mascarar hipertensão fora do consultório. A confirmação exige medições em casa (MRPA) ou monitorização de 24h (MAPA).
A pressão arterial pode variar ao longo do dia e ser influenciada por fatores momentâneos, como ansiedade. É comum a chamada “hipertensão do avental branco”, quando a pressão sobe apenas por causa da presença do médico ou enfermeiro. Por outro lado, há pessoas cuja pressão parece normal no consultório, mas está alta no dia a dia — isso é a hipertensão mascarada. Por isso, além da medição no consultório, recomenda-se usar métodos como MAPA (monitorização 24h) ou MRPA (medição residencial da pressão) para confirmar o diagnóstico.


